O vice-governador eleito Daniel Vilela (MDB) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) trocaram farpas nas redes sociais nesta semana. Começou com críticas do tucano à proposta do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) de taxar produtos agropecuários para bancar um fundo de investimento em obras públicas do Estado. O emedebista rebateu de pronto, criticando as gestões do ex-governador. Que rebateu.
“Ronaldo Caiado está se mostrando o maior traidor do agronegócio goiano. Só esperou a eleição passar para sangrar ainda mais o produtor, que já está em dificuldades. Resisti, durante meus quatro mandatos como governador, a este caminho e realizei obras de infraestrutura em todos os cantos do Estado”, postou Marconi nas redes sociais.
“O maior traidor do agro foi o ex-governador Marconi Perillo, que deixou a infraestrutura de Goiás acabar. Durante 20 anos, as estradas se deterioraram e a Agetop virou sinônimo de ineficiência e corrupção. Quem mais sofreu foi o produtor rural”, rebateu Daniel Vilela.
“Marconi traiu o agro ao sucatear a Celg e deixar o homem do campo sem energia, para depois vender a empresa a preço de banana. Traiu o agro ao cruzar os braços e permitir que os produtores ficassem reféns de quadrilhas especializadas em saquear propriedades rurais. Isolado em São Paulo há 4 anos, Marconi ainda não conseguiu entender o recado dos eleitores goianos, que lhe deram duas derrotas seguidas”, continuou o vice-governador eleito.
“Daniel Vilela está começando mal como boneco de ventríloquo. Quem quebrou a Celg foram os governos do PMDB, que depois de destruir a companhia, vendeu Cachoeira Dourada a preço de banana e ninguém sabe onde enfiaram o dinheiro. O partido de Daniel foi o coveiro da Celg”, retrucou Marconi em nota.
Cenários para 2026
É grande a chance de Daniel Vilela assumir o governo em 2026, com uma desincompatibilização de Ronaldo Caiado. Portanto, seria o candidato natural da base governista. O jovem emedebista também amadureceu desde a eleição de 2018, quando ficou em segundo lugar para o governo de Goiás, demonstrado capacidade de liderança e de aglutinação. Claro, ainda faltam pouco mais de 3 anos. O que, em política, é uma eternidade. Mas, hoje, Daniel é o primeiro na fila na base governista. Poderá se cacifar ainda mais, a depender do seu papel e de sua articulação no governo.
Quem o emedebista poderá enfrentar em 2026 está muito cedo para cravar. A oposição em Goiás saiu mais enfraquecida da eleição deste ano, com a reeleição de Caiado no primeiro turno. Marconi Perillo sofreu a sua segunda derrota eleitoral consecutiva para o Senado, embora liderou por quase toda a campanha as pesquisas de intenção de votos. Politicamente, o tucano ficou ainda mais fragilizado.
Mas poucos se atrevem a subestimar o ex-governador, que busca liderar a oposição em Goiás. Este campo está aberto. Marconi poderá tentar uma aproximação com a esquerda goiana, especialmente com o PT, que voltará a ocupar o Palácio do Planalto com Lula. Tem também o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota), que ficou em segundo lugar na eleição estadual deste ano. Além do senador Vanderlan Cardoso (PSD), entre outros.
Contudo, é improvável, hoje, um cenário de disputa entre Daniel Vilela e Marconi Perillo ao governo de Goiás para 2026. Entretanto, é impossível? Essa palavra praticamente inexiste no dicionário da política brasileira.