Em tese, comitês eleitorais são desfeitos após o pleito, especialmente em caso de derrota. Mas, a casa alugada em um bairro nobre de Brasília para sediar a campanha de Jair Bolsonaro (PL) segue ativa. É nela que, sob o comando do ex-ministro e ex-candidato a vice Walter Braga Netto, apoiadores do presidente se reúnem para discutir estratégias de questionamento ao resultado das eleições. Manifestantes também são presença constante na casa.
Apoiadores de Bolsonaro se reuniram neste domingo (20/11) em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, pedindo por intervenção militar. Os manifestantes estavam acampados na Praça dos Cristais. Ao final da tarde, com equipamento de som e microfone, um grupo foi até um palco improvisado na caçamba de um caminhão para discursar. No ato, os apoiadores do presidente pediam para que as Forças Armadas “salvassem” o Brasil.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse no sábado (19/11) que 250 mil urnas eletrônicas usadas nas eleições de outubro não têm número de identificação e que “várias” deveriam ser desconsideradas. Especialistas afirmam, porém, que dados existentes no arquivo da urna permitem identificá-la e obter o número. Costa Neto não explicou como a ausência da numeração poderia influenciar o resultado da eleição.
Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, convocou para esta segunda-feira (21/11) uma reunião do gabinete de crise do Ministério Público Federal (MPF) para discutir o crescimento dos movimentos bolsonaristas no país. Os procuradores identificaram um aumento tanto nas manifestações quanto na retórica contra a democracia.