A cúpula das Forças Armadas não esconde a preocupação com a intenção do governo Lula de retirar os sigilos de cem anos impostos por Jair Bolsonaro. Segundo reportagem do Globo, três temas são vistos como espinhosos: a fabricação de cloroquina pelo Exército, os voos oficiais em aviões da FAB e o processo disciplinar aberto e arquivado contra o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, hoje deputado eleito.
O temor é de que, reveladas, as informações mantidas em sigilo causem danos à imagem dos militares, que participaram de quase todas as áreas do governo anterior e vivem uma relação tensa com a atual.
Mas a preocupação não é só na caserna. A lista de sigilos, que está sendo analisada pela Controladoria Geral da União (CGU), é longa e inclui, por exemplo, o registro de visitantes aos Palácios do Planalto, do Alvorada e à Granja do Torto.
Também listas de reuniões da Presidência com a presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que nunca teve cargo no governo. Atas de reuniões da Comissão de Ética Pública da Presidência. E dados da PF sobre armas de fogo e telegramas do Itamaraty sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018.
O presidente Lula deu 30 dias para que a CGU apresente um parecer sobre quais sigilos podem ser derrubados.