Ex-secretário estadual da Saúde no governo de Goiás e deputado federal eleito pelo PSD, Ismael Alexandrino foi alvo novamente nesta quinta-feira (26/1) de operação policial que investiga suspeita de corrupção envolvendo organizações sociais. Desta vez, a operação é da Polícia Civil de Goiás. O irmão do ex-secretário, Daniel Alexandrino, foi preso em São Luís de Montes Belos. Já Ismael foi alvo de busca e apreensão em sua casa em Goiânia.
Ismael Alexandrino foi secretário de Saúde entre 2019 e 2022, no primeiro governo de Ronaldo Caiado (UB). Deixou a pasta para concorrer na eleição do ano passado, quando foi eleito deputado federal.
O ex-secretário estadual de Saúde já foi alvo de investigação em outubro de 2021. Na época, a investigação apurava contratações – supostamente superfaturadas – de empresas de radiologia e imagem pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administa o Hospital de Base (HB-DF). Alexandrino foi diretor do hospital.
Irmão
Médico cirurgião vascular e angiologista, Daniel Alexandrino é suspeito de corrupção e desvio de dinheiro. Segundo a investigação, ele seria dono de uma empresa registrada em nome de laranjas, que prestava serviços a uma organização social.
As investigações começaram após a Polícia Civil receber informações sobre irregularidades nos contratos de gestão da OS Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC), que teria terceirizado o serviço para a empresa Amme Saúde. Ela seria registrada em nomes de laranjas, mas pertenceria, na realidade, a Daniel Alexandrino.
A OS é responsável por administrar cinco hospitais no estado. Nos contratos com o Hospital Estadual de Itumbiara e as Policlínicas das Regionais de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás, a suspeita é que houve um direcionamento à empresa terceirizada por meio de processos de contratações simulados.
O valor dos contratos entre a Secretaria de Estado da Saúde, a IBGC e a Amme Saúde é de mais de R$ 10 milhões. Os crimes investigados são de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro. Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão. Bens dos investigados também foram bloqueados.
A Polícia Civil ainda dará mais detalhes sobre as investigações.