O governador Ronaldo Caiado sancionou na semana passada a reforma administrativa da sua segunda gestão estadual. A justificativa é de que as mudanças vão proporcionar “maior eficiência na prestação dos serviços públicos”, além de “garantir investimentos em áreas essenciais e prioritárias”. Entretanto, também terá custos. Tendo como principal novidade a criação de duas secretarias (de Infraestrutura e a do Entorno do Distrito Federal), além do aumento de salários para comissionados, a reforma terá impacto de R$ 150 milhões neste ano e de R$ 180 milhões por ano em 2024 e 2025.
A reforma administrativa também prevê a criação de cargos e o aumento de salário para funções comissionadas. Os diretores superiores receberão até R$ 27,5 mil. A remuneração para assessores chega a R$ 22 mil. Segundo reportagem do jornal O Popular, a reforma permitirá a criação de aproximadamente 1 mil cargos comissionados de assessoramento no Estado. Com salários que podem chegar a R$ 25 mil, depois que o mesmo projeto derrubou o teto salarial de R$ 11 mil para estes servidores.
Novas secretarias
A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) foi criada com grande estrutura e caixa. Concentra agora a formulação e execução de políticas públicas de habitação e obras do governo Caiado, principalmente na malha rodoviária do Estado. Além de monitorar a execução das mesmas e o uso dos recursos. Tem ainda sob a sua jurisdição a Agência Goiana de Habitação (Agehab), a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) e a Saneago. A nova pasta é comandada pelo ex-presidente da Goinfra, Pedro Sales, uma espécie de coringa no governo de Caiado.
Para bancar as obras públicas do Estado até 2026, a Seinfra vai administrar a arrecadação do Fundo de Infraestrutura (Fundeinfra), criado no final do ano passado pelo governo Caiado. Ele prevê gerar receitas de mais de R$ 700 milhões por ano.
Já a Secretaria do Entorno do Distrito Federal foi criada para assessorar os quase 30 municípios que integram a região. O objetivo é tornar mais eficiente o relacionamento entre os entes estadual, distrital e federal. O governador ainda não bateu martelo sobre quem vai comandar a pasta, mas os nomes mais cotados são do deputado federal Célio Silveira (MDB) e do ex-prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango, presidente estadual do Republicanos. “Farei uma consulta a todos os prefeitos da região para que possamos chegar a um ponto de entendimento”, disse o governador sobre a escolha.
Novos nomes
A reforma também mudou o nome de três secretarias. A Secretaria-Geral da Governadoria passou a ser denominada Secretaria-Geral de Governo. É uma superpasta na gestão de Caiado, sob o comando do secretário Adriano Rocha Lima, um dos principais auxiliares do governador. Sob a sua jurisdição, ficaram a Goiásgás, a CelgPar, a Goiás Telecom, a Metrobus e a Universidade Estadual de Goiás (UEG).
A Secretaria de Governo virou Secretaria de Relações Institucionais (Serint) e para comandá-la foi nomeado na semana passada o ex-deputado federal Lucas Vergílio (Solidariedade). Terá também sob a sua responsabilidade o escritório de representação em Brasília do governo de Goiás. Já a Secretaria de Desenvolvimento e Inovação passou a ser Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que passou a ter sob sua responsabilidade a Indústria Química do Estado (Iquego).
Para justificar as mudanças em seu governo, Ronaldo Caiado disse que “preservou a essência da gestão anterior”, promovendo apenas readequações na estrutura da máquina. “Essa reforma me permite destacar pessoas que darão respostas sobre cada uma das obras que estejam ocorrendo no governo”, frisou. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, que foi o grande arquiteto desta reforma administrativa, ressaltou que as mudanças permitirão ao governo Caiado concentrar esforços em áreas específicas.
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