O governo americano anunciou neste domingo (12/3) que vai garantir todos os depósitos de quem tinha dinheiro no Silicon Valley Bank (SVB) e no Signature Bank, de Nova York. Na quarta-feira, o SVB chegou a anunciar a venda de vários títulos com prejuízo, além de US$ 2,25 bilhões em novas ações para reforçar seu balanço. Ato contínuo, de quarta para quinta uma série de investidores no Vale do Silício recomendaram às empresas que mantinham seus recursos no SVB que os transferissem para outros bancos. O movimento repentino acirrou a crise de liquidez.
Na sexta-feira (10/3), o SVB quebrou.
Como costuma ocorrer em momentos de insegurança do tipo, outros clientes começaram a olhar com medo para bancos de médio porte. No domingo, reguladores ordenaram que o Signature Bank, de Nova York, fechasse suas portas. A instituição havia feito um grande investimento na indústria das criptomoedas, que perderam muito valor nos últimos anos, e houve receio de outra corrida no abrir das portas, nesta segunda-feira.
No rastro do contágio, o First Republic Bank, de San Francisco, anunciou ter recursos garantidos pelo JPMorgan Chase para manter suas portas abertas.
A reação do governo americano foi dupla. A Casa Branca garantiu que todos os clientes com depósitos no SVB e no Signature Bank poderão sacar seus recursos totais, se assim o desejarem, já nesta manhã de segunda-feira (13/3). O Fed, banco central, por sua vez anunciou uma linha de crédito para quaisquer bancos que precisem garantir recursos e evitar um colapso do sistema.
Não se sabe também quais poderão ser as repercussões da quebra dos dois bancos americanos nas demais praças financeiras ao redor do mundo. Rumores de que bancos digitais brasileiros mantinham recursos no SVR circularam nos últimos dias. O Nubank, sobre o qual surgiram as principais suspeitas, anunciou publicamente não manter depósitos no banco americano. Com a crise, startups brasileiras que possuíam reservas no SVB se movimentaram na semana passada para retirar o dinheiro do banco.