Com ou sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o bolsonarismo veio para ficar e será uma força política competitiva nas próximas eleições presidenciais do Brasil. É uma das principais conclusões de debate realizado pela Fundação FHC, com pesquisa realizada pelo Instituto IDEIA. Além de pesquisas qualitativas conduzidas pela antropóloga Isabela Kalil, professora da FESPSP e coordenadora do Observatório da Extrema Direita (OED Brasil).
Segundo os pesquisadores, o presidente Lula (PT), diante deste cenário, deverá enfrentar dificuldades para ampliar de maneira expressiva a sua aprovação como governante pela população brasileira. E, com isso, aumentar seu potencial eleitoral nos próximos anos.
O debate também apontou a possibilidade de que o bolsonarismo possa assumir uma roupagem menos radical que a do ex-presidente Bolsonaro e seu núcleo familiar. Em caso de inelegibilidade de Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais, já contam com importante simpatia do eleitorado de direita e despontam como nomes fortes para os próximos pleitos eleitorais.
De acordo com os pesquisadores, as seguidas dificuldades e escândalos envolvendo Bolsonaro desde sua derrota, como seu afastamento voluntário do País, a depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, e o mais recente caso das joias sauditas, não trouxeram maiores prejuízos ao bolsonarismo.
Em um cenário de persistente polarização política, teses conspiratórias e mentirosas continuam fortes nas redes sociais dos bolsonaristas e afetam sua interpretação dos fatos. Não há indícios de que essa parcela da população brasileira, já habituada a consumir esses conteúdos, mudará de comportamento no curto prazo, concluíram os especialistas.
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