Na ata da última reunião do Copom do Banco Central (BC), divulgada nesta terça-feira (9/5), o colegiado afirmou que a condução da política monetária pede “paciência e serenidade”. Na semana passada, o Comitê manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, pela sexta vez consecutiva. O órgão reforçou a possibilidade de aumentar a Selic, “apesar de ser um cenário menos provável”.
Para o Copom, a nova regra fiscal reduziu parte da incerteza no cenário econômico, e sua aprovação pode ajudar no equilíbrio das contas públicas, que impactam nas expectativas de inflação. Entretanto, segundo a ata, a incerteza sobre o desenho final do projeto, já em tramitação no Congresso, e os “impactos dele sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco” são um dos fatores de risco para a alta inflacionária avaliados pelo colegiado.
Galípolo no BC
Indicado para a diretoria de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo disse ontem que a notícia de sua indicação se deu “sem grandes sobressaltos” no mercado e que é “absolutamente normal” que determinados agentes tentem “fazer política”. O secretário reforçou a afinidade com o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad, mas afirmou que o projeto de Lula no governo envolve divergência de opiniões.
Galípolo também afirmou que não há sentido em formar um bloco de oposição dentro do BC. “Isso não colaboraria para o bom andamento da gestão da política monetária, e permaneceria com uma bancada em minoria, não teria resultado prático positivo, pelo contrário”, declarou.
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