A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira (17) três comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Para investigar as inconsistências contábeis a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o rombo fiscal bilionário na rede lojista Americanas e as fraudes nas apostas esportivas. As duas primeiras terão 27 titulares e igual número de suplentes. A terceira terá 34 titulares e 34 suplentes.
As CPIs têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais. Podem convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos pelo voto da maioria dos integrantes.
No requerimento de criação da CPI do MST, parlamentares afirmam querer investigar o “real propósito [das invasões], assim como dos seus financiadores”. Entre os titulares há deputados do PP, PL, União Brasil, MDB, Republicanos e PSDB. Entretanto, a maioria será composta por parlamentares que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já os partidos de esquerda, ligados ao MST, estão representados por apenas duas deputadas.
A criação da CPI foi solicitada pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). Na avaliação do parlamentar, houve aumento de invasões desde o início do governo do presidente Lula (PT).
Apostas
As investigações do Ministério Público de Goiás revelaram, em abril, a manipulação de resultados em seis jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022. Além disso, partidas de campeonatos estaduais também estão sob investigação. De acordo com o MPGO, os atletas envolvidos receberiam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por pênaltis cometidos, escanteios e cartões amarelos e vermelhos nas partidas. A manipulação de resultados daria vantagem a apostadores.
O requerimento de criação da CPI é de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que também será o relator da CPI. O deputado Julio Arcoverde (PP-PI) será o presidente e André Figueiredo (PDT-CE), Daniel Agrobom (PL-GO) e Ricardo Silva (PSD-SP) serão respectivamente primeiro, segundo e terceiro vice-presidentes.
Em janeiro deste ano, o grupo Americanas revelou rombo fiscal de R$ 20 bilhões e dívidas da ordem de R$ 43 bilhões. Na ocasião, a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do grupo, dono de marcas como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, Hortifruti, entre outras.