A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações de cartão de crédito rotativo, quando a fatura total não é paga, subiu 433,3% ao ano, em março, para 447,5% ao ano em abril, segundo o Banco Central. Trata-se do maior patamar em seis anos. Em março de 2017, a taxa estava em 490%. É também 14,4 pontos maior em relação ao mês de março e 83,7 pontos maior se comparado com o ano anterior.
Os juros são relativos ao crédito rotativo, que é uma modalidade quando o usuário não consegue pagar o valor total da fatura e deixa um valor negativo em aberto, gerando juros.
Segundo um levantamento do BC, em junho de 2022, a quantidade de cartões de crédito somava 190,8 milhões, representando quase o dobro da população economicamente ativa no Brasil (107,4 milhões). A linha de crédito rotativo é a mais cara do mercado e, segundo especialistas, deve ser evitada.
Spread bancário
O Banco Central ainda revelou que o spread bancário das novas contratações chegou a 21,9 pontos, sendo 0,8 ponto maior do que o mês anterior. Outro dado é sobre a taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres, que chegou a 45,1% em abril, maior do que o mês anterior.
O relatório ainda informou que os juros médios nas contratações das empresas chegaram a 23,9% ao ano, com queda de 0,2 ponto. Nas contratações com pessoas físicas, os juros bateram 59,7% ao ano. Por fim, o ICC (Indicador de Custo do Crédito) aumentou e chegou a 22,4% ao ano, sendo uma alta de 0,3 ponto em abril.
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