O governador Ronaldo Caiado (UB) já deixou claro a sua vontade de disputar a eleição presidencial em 2026. E liderando a direita brasileira. Claro, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneça inelegível. Mas, o goiano tem sido pouco citado pela imprensa entre os possíveis nomes que podem liderar a direita em 2026. Na edição deste fim de semana, a revista Veja citou quatro nomes: os governadores Tarcísio Freitas (PL/SP), Romeu Zema (Novo/MG), Ratinho Júnior (PS/PR) e Jorginho Mello (PL/SC).
Existem algumas explicações para isto. Uma delas é que todos os quatro governadores citados são de Estados do Sudeste e Sul do Brasil, regiões onde o bolsonarismo é mais forte. E, claro, onde o eleitorado é bem maior que o de Goiás. Além disso, são Estados com economias mais ricas que a goiana. Portanto, seus governos estaduais têm maior poder de investimentos (e entregas).
Contudo, há outros fatores mais políticos. Um é que Ronaldo Caiado passou boa parte do seu primeiro mandato entre tapas e beijos com Jair Bolsonaro. Chegaram a romper no início da pandemia da Covid-19, quando o governador goiano questionou publicamente a linha de pensamento do ex-presidente (aliás, com toda a razão) sobre vacinas e isolamento social. Os demais governadores são vistos por bolsonaristas como mais fiéis ao capitão.
Reaproximação
Caiado tem tentado mudar essa percepção. O alerta acendeu quando foi vaiado por vários minutos num evento do agronegócio em Rio Verde (GO), com a presença de Jair Bolsonaro (que nada fez). Desde então, o goiano recebeu o ex-presidente duas vezes no Palácio das Esmeraldas (numa delas Bolsonaro chegou a ficar como hóspede). Também prestigiou recentemente a entrega de título de cidadão goiano para Bolsonaro na Assembleia Legislativa de Goiás.
Mas, permanece ainda a desconfiança entre bolsonaristas sobre a lealdade de Caiado. O governador goiano, por exemplo, não fez nenhuma menção de apoio a Jair Bolsonaro no caso das joias sauditas. Contudo, os demais governadores também pouco fizeram neste caso. Um fato que explica isso, segundo a Veja, é a desidratação política e eleitoral que o ex-presidente tem sofrido. Ninguém sabe até que ponto ele vai sangrar. E, por conta disto, se Bolsonaro será ainda o principal cabo eleitoral da direita brasileira em 2026.
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