As últimas quatro pesquisas de intenção de votos realizadas na Argentina apontam para uma pequena vantagem do candidato governista Sergio Massa para a presidência do País. Entretanto, não se pode cravar ainda qual será o resultado daqui a duas semanas (dia 19). É que o candidato da oposição Javier Milei estaria empatado tecnicamente com Massa em outros duas pesquisas.
Atual ministro da Economia, o peronista Sergio Massa ficou à frente no primeiro turno (22 de outubro) com 36,6% dos votos válidos, contra 29,9% do ultradireitista Milei. Ele lidera a corrida em duas pesquisas. Levantamento do Proyección indica que Massa tem 44,6% das intenções de voto, contra 34,2% de Milei.
Segundo a pesquisa da Zuban Córdoba divulgada pelo jornal Clarin, Massa tem 45,4% das intenções de voto, enquanto Milei chega a 43,1%. Já no levantamento feito pela CB Consultora, Milei tem 50,7% das intenções de voto, contra 49,3% do peronista Sergio Massa.
Para Milei, o desafio é ampliar de forma expressiva seu apoio entre as mulheres na Argentina. São 18,2 milhões de mulheres aptas a votar, mais do que os 17,6 milhões de homens. Segundo as pesquisas, elas resistem ao estilo intempestivo do candidato, a símbolos de sua campanha, como a serra elétrica, e a propostas como a defesa do porte de armas.
Já o governista Massa tem dificuldade de cativar as novas gerações de eleitores que, sobretudo no interior, apontam analistas argentinos. São 8,3 milhões de eleitores entre 18 e 29 anos, pouco mais de 24% do eleitorado.
Economia
A economia é um dos principais temas da campanha eleitoral argentina. Não é por menos. A Argentina e o Chile são os únicos países que não crescerão em 2023 em toda a América Latina. Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI), em meados do ano, como a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e as Caraíbas (Cepal), em setembro, melhoraram suas previsões de crescimento para a região. Com o Panamá e o Paraguai na liderança, mas impulsionada sobretudo pelas duas maiores economias da região, México e Brasil. No outro extremo desse quadro de otimismo moderado está a Argentina, cuja economia deverá encolher até 3% neste ano.
Um estudo recente da Universidade de Buenos Aires (UBA) destaca que “pela primeira vez em 30 anos, os principais itens do índice de preços ao consumidor (IPC) aumentaram acima de 100% ao ano”. As reservas do Banco Central argentino estão negativas, o setor agrícola passou por uma das secas mais agressivas das últimas décadas e, em meio a isso tudo, as eleições presidenciais deste ano estão marcadas por planos econômicos opostos entre os dois candidatos.
Saiba mais: Eleição na Argentina: Milei x Massa