O Partido dos Trabalhadores (PT) em Goiás vai para mais uma eleição estadual com o mesmo objetivo: dar palanque para o seu candidato a presidente da República, no caso possivelmente Lula, e reeleger o deputado federal Rubens Otoni, o estadual Antônio Gomide (ambos são irmãos) e, se possível, eleger mais um representante para a Assembleia Legislativa. Apoiar um candidato a governador que não seja petista, somente se ele também apoiar o projeto de eleger Lula para presidente. Ou seja: algo praticamente descartado no cenário atual.
“O importante é termos um palanque forte para apoiar o presidente Lula em Goiás, a prioridade dessa eleição, é mudar essa situação no país, estamos vivendo uma verdadeira tragédia. O PT está aberto desde que tenha palanque para o Lula. Em 2018 e 2014, o PT lançou candidato a governador porque não havia nenhum candidato disposto a apoiar o projeto nacional. Se tiver condição estamos dispostos a conversar”, afirmou Rubens Otoni (foto) para a Sagres.
Geralmente, o PT tem cerca de 10% dos votos válidos para governador em Goiás. Na eleição de 2018, quando a candidata era a professora Kátia Maria, teve 9,1%, ficando em quarto lugar. Na eleição de 2014, quando o então ex-prefeito Antônio Gomide se lançou candidato ao governo de Goiás, apostando na elevada aprovação da sua gestão em Anápolis, teve 10% dos votos válidos, também apenas o quarto mais votado.
O problema para o PT é que dificilmente algum candidato a governador em Goiás, mais competitivo, deverá querer apoiar Lula para presidente. O governador Ronaldo Caiado (DEM) tende a ficar neutro no primeiro turno, podendo apoiar (dependendo do cenário) o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. O MDB caminha para estar na chapa de Caiado, mas caso lance ainda candidatura própria ao governo estadual em 2022, com Daniel Vilela ou Gustavo Mendanha, tende a se posicionar neutro na disputa presidencial, para não desagradar o eleitorado de direita em Goiás. E o PSDB, embora o presidente estadual José Eliton levantou a possibilidade de se discutir um apoio para Lula, principalmente num segundo turno, dificilmente dará palanque para o petista em Goiás. Até porque terá candidato tucano na disputa pela presidência da República.
Ou seja: o PT caminha, novamente, para ser apenas coadjuvante na eleição estadual em 2022. Se reeleger os seus deputados, já estará no lucro.