O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (31/1) promover um novo corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic. Que, portanto, agora é de 11,25% ao ano. Justificou o cenário externo para não realizar um corte maior. “O ambiente externo segue volátil. Marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação. Que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países”, afirmou o Copom em nota.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. Isto, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, enfatizou.
Em relação ao cenário interno, o Copom avaliou que conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia. A inflação manteve trajetória de queda e as projeções do Copom situam-se em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,2% em 2024 e 3,8% em 2025.
Esse é o quinto corte seguido da taxa, que começou a recuar na reunião que aconteceu no início de agosto. Na ocasião, o Comitê reduziu a Selic de 13,75% para 13,25%. O corte havia sido o primeiro em três anos. Antes, a última queda havia sido registrada em agosto de 2020.
Fatores de risco
O Comitê ressaltou, entretanto, fatores de risco. Destacando maior persistência das pressões globais e maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada. Também ressaltou desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada. E os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
O Copom avaliou que a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária. E reafirmou sobre a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas.
Por fim, concluiu que a sua decisão “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”
O Comitê reforçou ainda a necessidade de “perseverar com uma política monetária contracionista” até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Copom, unanimemente, preveem redução de mesma magnitude dos juros básicos nas próximas reuniões.