A maratona da vacinação contra Covid-19 promovida neste final de semana pela Prefeitura de Goiânia não teve o resultado esperado: somente 6,5 mil pessoas foram vacinadas, o que representa 65% do previsto, dentro da expectativa mais baixa do Paço Municipal, que era de 10 mil pessoas. Falava-se antes do evento em até 12 mil aplicações. O evento foi uma tentativa do Paço Municipal reverter a impressão de que a campanha está lenta na capital, em comparação com outros municípios como Aparecida de Goiânia, e faturar politicamente com a campanha de imunização.
Mas o que tinha sido pensado pra gerar uma visibilidade para a gestão municipal acabou trazendo uma série de desgastes que vão além da baixa procura. Filas imensas em determinados horários, de quase 3 horas de espera, contrastando com um batalhão de servidores ociosos durante a madrugada pela ausência de pessoas. Diante da sobra de imunizantes, a Prefeitura chegou a anunciar redução da faixa etária de 42 para 41 anos, mas na madrugada de sábado pra domingo. Ou seja: quase ninguém ficou sabendo.
O pior é a desconfiança levantadas nas redes sociais de que foram retidas doses no decorrer da semana para serem destinadas à maratona. Doses da Janssen aplicadas no final de semana haviam sido entregues sete dias antes, sendo que normalmente a demora entre recebimento e distribuição para os pontos de vacinação é de até 24 horas. Isto não contraria apenas as recomendações das autoridades de saúde para agilizar a vacinação contra a Covid-19; contraria também o bom senso e o próprio discurso da gestão municipal de que, em Goiânia, vacina não fica parada.