A deputada federal Adriana Accorsi (PT), pré-candidata a prefeita de Goiânia, tenta fugir da polarização entre a esquerda e a direita na eleição municipal. Para isto, inclusive, busca um nome mais ligado ao centro para ocupar a vaga de vice em sua chapa. De preferência, que seja do setor empresarial da capital.
Entretanto, as investidas da deputada não surtiram resultado até agora. Ela chegou a mencionar o nome do presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiochi, como possível vice. Mas o empresário é considerado da direta, inclusive apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta semana, em visita à Câmara de Goiânia, Adriana disse que o nome para a sua vice pode ser de um vereador ou ex-vereador da capital. De preferência, que venha de um partido que não seja da esquerda.
“O nosso interesse é construir uma frente ampla, que tem de ser verdadeira, e não apenas no discurso. Nesse sentido, precisamos ter humildade, coração aberto para agregar divergentes que possam colaborar com nossa chapa por meio do seu trabalho”, afirmou a pré-candidata, também num claro recado ao próprio PT em Goiânia.
Desvantagem
Embora seja uma das principais apostas do PT nas eleições deste ano nas capitais brasileiras, Adriana Accorsi sabe que a polarização é forte em Goiânia e com desvantagem para a esquerda. Em 2020, quando disputou a eleição para a Prefeitura pela primeira vez, ficou em terceiro lugar.
Em 2022, na eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PL) recebeu 63,9% dos votos válidos no segundo turno em Goiânia. O então candidato e hoje presidente Lula (PT) teve apenas 36%. “Não sou uma candidata extremista nem radical de esquerda. Sou conhecida pela minha postura democrática”, disse a deputada.
“O propósito de uma frente ampla não é só ganhar a eleição, mas para governar. Queremos que setores da sociedade participem do nosso projeto. Isso começa na formação da chapa. Não quero um vice que pense em governar apenas para o seu partido, para o seu lado do espectro político”, afirmou Adriana.
Desafios
O núcleo da campanha da petista sabe que existem dois desafios para Adriana Accorsi nas eleições deste ano em Goiânia. Primeiro, garantir uma vaga no segundo turno. A disputa está embolada entre três pré-candidatos e com a real possibilidade de mais um chegar no pelotão da frente: Sandro Mabel (UB).
E, caso chegue lá, outro desafio é ganhar o segundo turno contra uma possível aliança do centro-direita na capital. O que tende a ser uma missão ainda mais difícil para Adriana, especialmente devido ao perfil atual do eleitorado em Goiânia e também dos interesses políticos para as eleições de 2026.
Para isto, além de ampliar sua aliança ainda no primeiro turno para o centro, a deputada tem buscado manter algumas portas abertas para um eventual segundo turno. Uma delas para o senador Vanderlan Cardoso (PSD). A outra é para o grupo político liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB).