Chuvas intensas retornaram ao Rio Grande do Sul e os rios voltaram a subir rapidamente. Com isso, são altas as chances de o Guaíba voltar a atingir níveis acima de 5 metros. O ponto máximo pode alcançar 5,5 metros entre hoje (13/5) e terça-feira, ultrapassando o recorde de 5,35.
A previsão é do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Autoridades apelam para que a população não volte para casa para tentar salvar pertences.
A previsão é de entrada de uma forte massa de ar frio no estado na segunda, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em algumas localidades, a temperatura não irá passar dos 13°C, como em pontos da campanha e da serra.
Diante do risco de agravamento da situação, o presidente Lula decidiu adiar a viagem que faria ao Chile e pretende voltar ao Rio Grande do Sul ao longo da semana.
Gastos com prevenção
Nos últimos dez anos, de acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo federal gastou R$ 11,1 bilhões para remediar os estragos causados por desastres ambientais, contra apenas R$ 4 bilhões em políticas para evitá-los.
Os gastos — tanto de gestão quanto de prevenção — vêm caindo desde 2014, a despeito do aumento no número de emergências derivadas das mudanças climáticas.
Já as emendas apresentadas pelos parlamentares federais para prevenção e recuperação de desastres, em 2024, somaram R$ 59,2 milhões até o dia 3 de maio, segundo dados da ONG Contas Abertas. O valor corresponde a apenas 0,13% dos R$ 44,7 bilhões de recursos reservados no Orçamento.
Os números refletem a falta de prioridade em ações de prevenção e respostas aos eventos climáticos extremos. Do Rio Grande do Sul, somente uma parlamentar destinou recursos para esse fim. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) mandou R$ 1 milhão para apoio à prevenção de desastres.
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