Por unanimidade e em linha com a expectativa dos analistas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, acelerando o ritmo do aperto monetário, já que o ciclo de altas começou na reunião anterior com 0,25 p.p. Com isso, a Selic passa de 10,75% para 11,25% ao ano.
No dia seguinte à eleição de Donald Trump à Casa Branca, o comitê afirma que o cenário externo “permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”.
Enquanto não sai o pacote de corte de gastos do governo, o Copom destaca a importância de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida para a política monetária e os ativos financeiros.
Em relação às próximas decisões, o comitê não dá pistas, afirmando que o ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo de alta dependerão da evolução da dinâmica da inflação.
Revisão de gastos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo Lula encaminhará uma PEC e um projeto de lei complementar para o Congresso com medidas para revisão de gastos.
De acordo com ele, “não faz sentido ser duas” PECs, como sugerido previamente. Disse que faltam “dois detalhes” para fechar com o presidente em reunião que será nesta quinta-feira (7/11), no Palácio do Planalto.