Um encontro na quinta-feira (20/11) passada, em Brasília, pode ter dado início à uma tentativa de nova reaproximação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Segundo informa o portal Metrópoles, a reunião teria contado com a presença de ao menos dois aliados muito próximos do ex-presidente.
A reaproximação busca abertura de diálogo para 2026. Como se sabe, Caiado é pré-candidato a presidente da República. Inclusive, o União Brasil deve fazer o lançamento da sua pré-campanha em março, em evento em Salvador (BA). Já o grupo de Bolsonaro tem cada vez menos expectativa de conseguir reverter a inelegibilidade do ex-presidente antes de 2030.
Entretanto, a conversa também teria girado em torno da eleição ao governo de Goiás. Bolsonaro apoia à pré-candidatura a governador do empresário Wilder Morais (PL). Já Caiado apoia a pré-candidatura do seu vice Daniel Vilela (MDB). Inclusive, começa a trabalhar para que o jovem emedebista tenha maior visibilidade no governo a partir de 2025.
Portanto, uma reaproximação entre Bolsonaro e Caiado, se depender da conjuntura nacional e estadual para 2026, é ainda algo muito distante. Os projetos, por ora, são antagônicos. Para a presidência da República, Bolsonaro não admite (pelo menos publicamente) que as suas chances estão enterradas.
Além disso, aliados do ex-presidente afirmam que, caso ele continue inelegível, poderá lançar um dos seus filhos (Flávio ou Eduardo Bolsonaro) para a eleição presidencial de 2026. Isso, se o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidir mesmo disputar a reeleição em São Paulo.
Daniel x Wilder
Localmente, descartar uma candidatura de Daniel Vilela ao governo do Estado em nome de um projeto nacional de Caiado, numa aliança com Bolsonaro, será ainda mais complicado politicamente. A pré-candidatura do emedebista avançou muito neste ano. E Daniel Vilela vai assumir o governo de Goiás em abril de 2026.
Aliados do governador também avaliam que Wilder Moraes saiu enfraquecido das eleições municipais deste ano em Goiás. Além disso, o senador goiano pode não contar com a mesma força eleitoral do seu principal apoiador, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2026.
Mas é algo que a cúpula do PL goiano não concorda. Além do partido ter dobrado neste ano o número de prefeitos eleitos no estado, venceu a eleição de prefeito em Anápolis e disputou o segundo turno em Goiânia e Aparecida de Goiânia.