Após uma série de flagrantes de violência policial seguidos de pressão contra a política de segurança do estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que errou ao criticar o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar desde o período em que era candidato.
“Eu admito, estava errado. Eu me enganei, e não tem nenhum problema eu chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmeras”, disse.
O governador acrescentou estar convencido de que os equipamentos são importantes para proteger tanto a sociedade quanto policiais. “O discurso de segurança jurídica que a gente precisa dar para os profissionais de segurança pública para combater de forma firme o crime não pode ser confundido com salvo conduto para fazer qualquer coisa.”
Tarcísio frisou que não deve substituir as câmeras corporais atualmente usadas pela PM, que têm gravação ininterrupta sem que o usuário a acione. Até que o governo esteja seguro de que o novo modelo, que depende do policial para ser ligado, é eficaz.
Novas regras
Ao comentar os casos registrados em São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que o governo federal pode impor regras sobre as polícias para regular o uso da força durante abordagens.
As novas regras devem ser apresentadas como um ato normativo do ministério sobre “uso progressivo da força” em ações policiais. Para o ministro, as armas letais representam “o último instrumento” a ser adotado pelos agentes de segurança.
Policiais presos
O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo manteve a prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo na madrugada de segunda-feira. Preso preventivamente desde quarta-feira, a audiência de custódia do militar foi realizada na tarde de ontem.
O PM Vinicius de Lima Britto, que executou pelas costas um jovem negro de 26 anos em frente a um mercado no bairro Jardim Prudência, também na Zona Sul da cidade, teve sua prisão preventiva decretada. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele fez os disparos enquanto Gabriel da Silva Soares roubava quatro pacotes de sabão. A vítima morreu com 11 perfurações.