Bem antes da drenagem de um hematoma provocado por hemorragia intracraniana, o debate sobre a sucessão do presidente Lula em 2026 já movimentava os bastidores de Brasília. Prestes a completar 45 anos, o PT precisa de Lula para dar continuidade a seu projeto de poder.
Só que nem o partido do presidente tem certeza se ele concorrerá ao quarto mandato. E Lula diz uma coisa diferente a cada interlocutor. Uma ala da legenda acredita que ele é “candidatíssimo”, mesmo com os 81 anos que terá em 2026. Outro grupo diz que tal definição depende do que ocorrer até lá: da saúde do chefe do Executivo a como estará o governo.
Embora tudo indique que Lula irá se recuperar rapidamente, vários petistas consideram provável que ele próprio comece a planejar um “plano B” para as próximas eleições. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é a principal aposta, apesar de enfrentar críticas no próprio PT.
Recuperação
A equipe médica que operou o presidente disse que ele está bem, conversando e se alimentando normalmente e que não haverá qualquer sequela, pois não houve lesão cerebral. Segundo os médicos, as funções neurológicas de Lula estão preservadas após a cirurgia de emergência para drenar o hematoma decorrente da queda que ele sofreu há dois meses.
Lula está proibido de receber visitas de trabalho no hospital até ficar completamente recuperado. A previsão é que ele retorne a Brasília no começo da próxima semana.
O vice-presidente Geraldo Alckmin estava em São Paulo e voou para Brasília às pressas para representar Lula na visita oficial do primeiro-ministro da Iugoslávia, Robert Fico. As demais agendas do presidente foram canceladas.
Mas o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, afirmou que por ora não há necessidade de um afastamento oficial de Lula da Presidência.