O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro quem vai definir os rumos do partido e da direita brasileira para as eleições de 2026: ele próprio. Para isso, deve promover mudanças nos diretórios regionais da legenda. Inclusive em Goiás. O objetivo seria evitar que lideranças regionais tomem decisões que não estejam alinhadas ao ex-presidente.
Bolsonaro disse nesta quarta-feira (22/1) acreditar que existe “uma dúzia” de “oportunistas no PL” e que espera “uma limpa” dentro do partido em 2026. Afirmou ainda que os candidatos e atuais parlamentares precisam ter “um compromisso com o futuro do país”.
A direção nacional do PL decidiu nesta quarta-feira (22/1) tornar inativa a comissão provisória do partido em Goiás, presidida pelo senador Wilder Morais. Embora ele continua comandando a legenda no estado, deverá dividir esse poder com outras lideranças também próximas de Bolsonaro.
Racha em Goiás
O PL em Goiás está rachado desde o ano passado entre os grupos do senador Wilder Moraes e o deputado federal Gustavo Gayer e o do vereador eleito de Goiânia, Vitor Hugo. Como se sabe, Wilder é pré-candidato a governador de Goiás para a eleição de 2026. Já Gayer é pré-candidato a senador, mas Vitor Hugo também deseja disputar o Senado.
No final do ano passado, Vitor Hugo promoveu um encontro reservado entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB), também pré-candidato ao governo de Goiás, e Jair Bolsonaro. O que irritou Wilder Moraes, que chegou a publicar uma nota oficial do partido contra o vereador eleito.
Entretanto, Bolsonaro disse que existem, em outros partidos, parlamentares que compartilham com o seu pensamento. “Nós vamos conversar com esses parlamentares. Vai ter um candidato nosso e outros de outros partidos, o PL não tem o monopólio da virtude”, enfatizou o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que ele e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, é quem serão os responsáveis por escolher os candidatos ao Senado em todos os estados. E deixou claro o recado para o senador goiano: “Em Goiás é a mesma coisa. Não é quem o presidente de Goiás quer. Wilder, não é quem você quer. Assim como todo estado, vai passar por mim “, frisou o ex-presidente.
Mendanha
Até o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (União Brasil), entrou na discussão. Nas redes sociais, elogiou Bolsonaro e criticou o atual comando do PL em Goiás. Defendeu a intervenção do ex-presidente na definição dos candidatos goianos ao Senado para 2026.
Disse ainda que Bolsonaro é um grande líder, mas precisava escolher melhor seus aliados. Afirmou acreditar que os novos nomes (pré-candidatos ao Senado) serão diferentes dos atuais, ressaltando que “o PL é maior do que aqueles que se consideram donos do partido”.
Mendanha é cotado para disputar uma das duas vagas goianas ao Senado em 2026.