O governo dos Estados Unidos prendeu 538 “imigrantes ilegais” e deportaram “centenas” em aviões, numa grande operação apresentada como “a maior” da história. Segundo relatório divulgado na noite desta quinta-feira (23/1) pela Casa Branca. Ou seja: apenas a poucos dias do início do segundo mandato do presidente Donald Trump.
Trump prometeu reprimir a imigração ilegal durante sua campanha eleitoral e começou seu segundo mandato com uma série de ações para impedir a entrada nos Estados Unidos. O presidente classificou os migrantes como “selvagens”, “animais” ou “criminosos”.
Estima-se que atualmente 11 milhões de pessoas vivem em situação irregular nos EUA. Logo no primeiro dia de Presidência, o republicano assinou uma série de ordens executivas destinadas a impedir a entrada de imigrantes no país.
No dia da tomada de posse de Trump, o Senado norte-americano, de maioria republicana, aprovou um projeto de lei que obriga os serviços federais a deter os imigrantes ilegais suspeitos de determinados crimes.
Ontem, o presidente da Câmara de Newark, Ras J. Baraka, declarou em comunicado que os agentes dos serviços de imigração causaram confusão num estabelecimento local, “detendo residentes e cidadãos sem apresentar um mandado”.
Reação interna
Entretanto, iniciaram também reações contra a deportação em massa. Também nessa quinta-feira, um juiz federal dos EUA bloqueou temporariamente a ordem executiva de Trump que negava a cidadania norte-americana aos filhos de imigrantes ilegais. A medida foi considerada inconstitucional.
A 14ª emenda da Constituição garante o direito à cidadania às crianças nascidas em solo americano, uma medida ratificada em 1868 para assegurar a cidadania dos antigos escravos após a Guerra Civil.
Mas, num esforço para conter a imigração ilegal, Trump assinou ordem executiva para reverter esse direito. A medida nega a cidadania às pessoas nascidas depois de 19 de fevereiro, cujos pais estejam nos Estados Unidos ilegalmente. Também proíbe as agências do país de emitirem ou aceitarem qualquer documento que reconheça a cidadania dessas crianças.
A ordem de Trump suscitou de imediato contestações legais em todo o país, com pelo menos cinco ações judiciais interpostas por 22 estados e vários grupos de defesa dos direitos dos imigrantes.