Em mais um dia de alívio no mercado financeiro, o dólar teve o maior recuo semanal desde agosto de 2024. Encerrou esta sexta-feira (24/1) vendido a R$ 5,91, com queda de 0,13%. Desta forma, a moeda norte-americana está no menor nível desde 27 de novembro.
Somente nesta semana, o dólar caiu 2,42%, o maior recuo para cinco dias úteis desde a semana encerrada em 9 de agosto.
A maior causa para isto vem do cenário internacional. O dólar caiu em todo o planeta após o novo presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a possibilidade de um acordo comercial com a China. Isto após uma conversa com o presidente chinês, Xi Jingping. O que reduz a chance de tarifaço do novo governo dos Estados Unidos.
Contudo, desde a posse de Trump na presidência dos EUA, na terça-feira (20/1), tem gerado alívio no mercado cambial brasileiro. O preço do dólar, que alcançou uma máxima histórica em dezembro de 2024, entrou em queda, retornando na quinta-feira (23/1) à faixa inferior a R$ 6,00.
Tendência
De acordo com o economista Marcelo Valle, professor de relações internacionais do Centro Universitário de Brasília (Ceub), essa tendência se mantém no curto prazo. Mas deve se reverter na medida em que as políticas tarifárias do governo Trump tomam forma.
O economista diz que a própria eleição de Trump foi um dos motivos para a alta do no último mês de dezembro. “Havia uma expectativa de que ele adotaria práticas protecionistas, tal como ele fez no primeiro mandato, no sentido de ampliar a competitividade da economia norte-americana. Isso tende a valorizar o dólar em relação a outras moedas”, ponderou.
Questões internas no Brasil, como a dificuldade do governo de conter o déficit fiscal e os índices de inflação intensificaram a situação, desvalorizando o real.
Ao longo da primeira semana da nova gestão de Donald Trump, Marcelo Valle explica que houve um ajuste de expectativas entre agentes de mercado. Eles optaram por uma observação mais pragmática a respeito das decisões que possam impactar na economia americana.
“Isso tende a fazer com que aquele excesso de especulação pré-posse volte um pouco, retornando ao patamar histórico”, afirma. O professor acha pouco provável, porém, que a moeda americana retorne ao patamar do início de 2024, quando estava abaixo de R$ 5,00.