O grupo paulista Construcap deve assumir a concessão do estádio Serra Dourada, em Goiânia. Embora o leilão está marcado para a próxima terça-feira (4/1), na Bolsa de Valores (B3) em São Paulo, apenas a empresa demonstrou interesse em participar da disputa. Outras três, que inicialmente estavam cotadas, não apresentaram a documentação necessária para participarem do leilão.
Em 2016, a empresa foi denunciada pela Operação Abismo, da Lava Lato, e seu presidente na época, Roberto Ribeiro Capobianco, preso. Em 2018, teve sua condenação anunciada pelo então juiz Sergio Moro, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A Operação Abismo apurava a montagem de uma organização criminosa com a formação de cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro por meio de contratos da Petrobras.
A Lava Jato identificou o repasse de pelo menos R$ 2 milhões da Construcap para a empresa Legend Engenheiros Associados. Esta fazia parte da lavanderia de dinheiro do lobista Adir Assad – preso na Operação Saqueador, como operador de propinas da Delta Engenharia.
A construtora paulista, que participa de várias licitações de concessões no país, divulgou recentemente que reitera os valores do seu Programa de Integridade e que a empresa já foi absolvida das acusações pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, em 2017.
Fundada em 1955, a Construcap afirma estar posicionada entre as dez maiores construtoras do país. Atua nos mercados privado e público, nos segmentos de edificações, energia e infraestrutura.
Serra Dourada
Inicialmente previsto para 4 de dezembro, o leilão da concessão do complexo Serra Dourada foi adiado para fevereiro com o objetivo de atrair mais concorrência. Entre os interessados, estavam a Progen SA, administradora do Pacaembu; a RNGD Consultoria, responsável pelo Mané Garrincha; e o Grupo Metha, que gere a Arena do Grêmio, a Arena das Dunas e a Fonte Nova. No entanto, todas desistiram do processo, deixando a Construcap como única concorrente.
A Construcap deve assumir a gestão de todo complexo goiano, que inclui o Goiânia Arena e o Parque da Criança, no segundo semestre deste ano, por um período de 35 anos. Com o contrato formalizado, haverá um período de transição de seis meses até que a gestão seja totalmente repassada à iniciativa privada. A concessionária terá que realizar uma reforma completa do espaço, com investimentos da ordem de R$ 215 milhões.
Mas, o projeto do governo goiano é transformar o Serra Dourada em um espaço multiuso, apto a sediar jogos, atividades esportivas, eventos de lazer e feiras de negócios. O local também deve abrigar um centro gastronômico e oferecer diversos serviços à população. Com isso, o investimento total está estimado em R$ 1 bilhão.
O governador Ronaldo Caiado e o vice-governador Daniel Vilela participarão presencialmente da sessão na próxima semana, na sede da B3.