Sem nenhuma surpresa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) foram eleitos presidentes do Senado e da Câmara com vitórias esmagadoras no sábado (1/2). Eles vão liderar, com o novo comando definido para os próximos dois anos, a abertura do ano legislativo na tarde desta segunda-feira (3/2).
Alcolumbre recebeu 73 votos dos 81 possíveis, placar que faz dele o terceiro senador com maior número de votos desde a redemocratização. É a segunda vez que ele ocupará o cargo, tendo sido presidente de 2019 a 2021.
Já Motta teve apoio de 444 parlamentares e se tornou, aos 35 anos, o mais jovem presidente da Câmara desde 1985, recebendo a segunda maior votação da história, atrás apenas de seu padrinho Arthur Lira (PP-AL).
Pacificação
Ao discursar após a vitória, Alcolumbre usou termos como “pacificação”, “consenso” e “Casa de iguais”. Ao mesmo tempo, defendeu um posicionamento “corajoso” do Senado frente aos outros poderes e à sociedade. “Eu quero ser um catalisador do desejo deste plenário e ajudar a construir consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira”, disse.
Motta foi enfático na defesa do protagonismo do Congresso Nacional em seu discurso. Em um tom de defesa da democracia, mandou recados aos demais poderes e à extrema direita, dizendo que será “um guardião da independência e uma sentinela permanente pela harmonia”. Fez ainda um apelo por responsabilidade fiscal e se posicionou contra a ditadura.
Anistia
Ao mesmo tempo, o afilhado de Lira afirmou que “com certeza” a anistia pelos atos golpistas de 8 de janeiro será levada para discussão nos próximos dias com os líderes da Câmara e que o tema será tratado com “imparcialidade”.
Também disse que a chamada pauta de costume não é prioridade, afirmou que esses temas dividem o país e que os esforços deveriam estar concentrados em outras agendas, que tragam maior benefício para a população brasileira.
Nas duas Casas, os novos presidentes conseguiram apoio de praticamente todos os partidos. Apenas PSOL e Novo não embarcaram nas candidaturas. A principal moeda de negociação foi a composição das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara.
No Senado, os cargos mais importantes ficarão com PT, PL e PSD. Já na Câmara, houve mudança nos cargos, mas os partidos continuam os mesmos.