A inflação oficial de janeiro perdeu força e ficou em 0,16%. Este é o menor resultado para um mês de janeiro desde 1994, ou seja, desde antes do Plano Real, iniciado em julho daquele ano.
A explicação para a desaceleração do IPCA, divulgado nesta terça-feira (11/2) pelo IBGE, é o “Bônus Itaipu”. Ou seja: desconto que 78 milhões de brasileiros tiveram na conta de luz do mês passado, que ficou 14,2% mais barata.
Apesar de o IPCA ser calculado desde 1980, o IBGE considera que a série histórica atual foi iniciada em 1994, uma vez que antes disso, a moeda era outra, o que atrapalharia comparações.
Em dezembro de 2024, o IPCA tinha ficado em 0,52%. A desaceleração não significa que os preços ficaram mais baixos, e sim que, na média, subiram em menor velocidade.
Considerando qualquer mês, o resultado de janeiro é o menor desde agosto de 2024, quando houve inflação negativa de 0,2%. Em janeiro de 2024, o IPCA tinha marcado 0,42%.
Meta de inflação
Contudo, no acumulado de 12 meses, o IPCA ainda soma 4,56%, acima da meta do governo. Em dezembro, o acumulado era de 4,83%. A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Mas os preços dos alimentos e dos transportes ainda pressionaram o IPCA. Os transportes subiram 1,3%, por conta principalmente dos preços das passagens aéreas, que aumentaram 10,42%, e dos ônibus urbano (3,84%) em sete das 16 localidades pesquisadas pelo IBGE.
Os alimentos e bebidas tiveram alta de 0,96%, a quinta seguida. As maiores pressões vieram do café moído (8,5%), tomate (20,2%) e cenoura (36,1%).