O setor público brasileiro (União, Estados, municípios e empresas estatais) gastou nos últimos 12 meses, até janeiro deste ano, R$ 910,9 bilhões com juros nominais. O equivalente a 7,67% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (14/3) pelo Banco Central.
Para efeito de comparação, nos doze meses até janeiro de 2024, este gasto foi de R$ 745,9 bilhões, equivalente a 6,77% do PIB. Ou seja: houve aumento nominal de 22%.
Um claro resultado do aumento da Taxa Selic, os juros básicos da economia, desde o ano passado para conter a alta da inflação no Brasil.
Em janeiro deste ano, o BC disse que os juros nominais do setor público consolidado somaram R$ 40,4 bilhões, ante os R$ 79,9 bilhões registrados em janeiro de 2024.
Contribuiu para a redução o resultado das operações de swap cambial, que registraram um ganho de R$ 36 bilhões em janeiro, ante uma perda de R$ 10 bilhões em janeiro de 2024.
Superávit primário
O setor público consolidado registrou, em 2024, um superávit primário (que não inclui pagamento de juros) de R$ 104,1 bilhões em janeiro de 2025, informou o BC. O resultado representa uma melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o resultado foi superavitário em R$ 102,1 bilhões.
Em janeiro, o governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit de R$ 83,1 bilhões. Enquanto os governos regionais registraram superávit de R$ 22,0 bilhões. As empresas estatais tiveram déficit de R$ 1 bilhão.
No acumulado de 12 meses, o déficit primário foi de R$ 45,6 bilhões em janeiro, o que equivale a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entretanto, no acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 956,5 bilhões (8,05% do PIB). Já a Dívida Líquida do Setor Público ficou em R$ 7,2 trilhões em 2024, o equivalente a 60,8% do PIB.
Em relação à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – que compreende o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – o resultado atingiu 75,3% do PIB. Ficando em R$ 8,9 trilhões em janeiro.