O deputado estadual Talles Barreto (PSDB) admitiu, mais uma vez, que pode deixar o partido. Afirmou em entrevista nesta semana para uma rádio de Rialma que a sua atuação na Assembleia Legislativa, como “independente”, não é bem avaliada pela direção estadual do PSDB e repetiu que não aceita cabresto nem tem dono. Disse ainda que não deve nada politicamente ao ex-governador Marconi Perillo e que a escolha, em 2018, para José Eliton concorrer ao governo de Goiás teria sido equivocada.
Talles Barreto tem votado sistematicamente com o governo de Ronaldo Caiado na Assembleia. Em sua justificativa, afirma que votará favorável à todos projetos do governo que considerar positivos para Goiás. Se queixou ainda de uma orientação da direção estadual do PSDB para a sua bancada votar contra a proposta do governo de adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal.
O deputado falou na entrevista que não aceita nenhuma imposição, ainda mais quando o tema não é debatido com os parlamentares tucanos. Talles Barreto disse ainda que toda a sua base de apoio, incluindo os prefeitos, foi construída por mérito próprio e não teve nenhuma ajuda do PSDB ou liderança tucana para isto.
A reação não demorou. Membro da executiva estadual do PSDB, o ex-deputado Jardel Sebba lembrou em grupos tucanos de WhatsApp que Talles Barreto se beneficiou muito, politicamente e eleitoralmente, nos governos de Marconi Perillo. Inclusive, foi o secretário estadual responsável por tocar os programas de investimentos do Estado no último mandato de Perillo, com diversas obras públicas nos municípios goianos. Também foi líder do Governo na Assembleia nas gestões do tucano, tendo até deixado o PTB para filiar no PSDB.
Sobre a candidatura ao governo estadual de José Eliton em 2018, Jardel Sebba lembrou que Talles Barreto foi candidato pelo PSDB a prefeito de Goiânia em 2020, com apoio da cúpula estadual tucana. E que o seu resultado eleitoral foi pior que a de José Eliton. O deputado teve apenas 5,6 mil votos para prefeito, 0,9% dos votos válidos, ficando em nono lugar. Em 2018, o ex-governador obteve 407,5 mil votos, ou 13,7% dos votos válidos na eleição estadual, ficando em terceiro lugar.