Ronaldo Caiado (DEM) foi um dos 18 governadores brasileiros que recorreram ao STF para não serem convocados para deporem na CPI da Pandemia, no Senado, que quer convocar os chefes dos Executivos estaduais para falarem sobre os recursos federais destinados ao combate contra a Covid-19 e também sobre a imunização da população em seus Estados e no Distrito Federal. Os governadores justificam, para o pedido de habeas corpus, que a CPI não tem poder para convoca-los.
A estratégia de convocar os governadores é atribuída ao Palácio do Planalto, com o objetivo de dividir os estragos causados pelos depoimentos já realizados na CPI na imagem do presidente Jair Bolsonaro. Tanto, que alguns governadores bolsonaristas já toparam comparecer no Senado.
Ronaldo Caiado, como todos sabem (e o governador faz questão de mostrar), é aliado de Bolsonaro. Entretanto, em março do ano passado chegou a romper publicamente com o presidente quando, em coletiva de imprensa no Palácio das Esmeraldas, o chamou de “irresponsável” e anunciou que só manterá contato com Bolsonaro por meio de comunicados oficiais.
“Na política e na vida, a ignorância não é uma virtude. Fui aliado de primeira hora, durante todo o tempo. Mas não posso admitir que venha agora um presidente lavar as mãos e responsabilizar outras pessoas por um colapso. Não faz parte da postura de governante. Um estadista tem que ter a coragem de assumir as falhas. Não tem de responsabilizar as outras pessoas. Assuma a sua parcela”, enfatizou Caiado na época.
Pouco tempo depois, Ronaldo Caiado mudou de opinião e buscou reaproximação com o presidente Bolsonaro, com quem voltou a manter relação harmoniosa e nunca mais o criticou pela condução no combate a pandemia da Covid-19, que já matou mais de 460 mil pessoas no Brasil.