O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje que o resultado da votação da PEC que torna obrigatório o voto impresso (PEC 135/19) será respeitado, seja ele qual for. Disse mais: que tem a garantia de que o presidente Jair Bolsonaro vai respeitar a decisão da Casa, seja ela qual for. A expectativa é que o plenário rejeite a proposta, seguindo recomendação da comissão especial que analisou a PEC.
Na sexta-feira, Lira decidiu avocar a proposta para o plenário para que todos os deputados decidam sobre o tema. A sua intenção é votar a PEC ainda nesta semana para “pacificar e serenar o País”. “As instituições precisam serenar, precisam saber que é necessário um autocontrole”, disse. “É a decisão mais acertada [levar para o plenário] e Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado. Eu confio na palavra do presidente da República”, enfatizou.
Lira voltou a afirmar que até hoje não vê motivo para questionar as urnas eletrônicas, mas ressaltou que, se há um movimento no País de desconfiança no processo de votação, é papel da Justiça garantir mais transparência. Ele sugeriu, por exemplo, que mais urnas pudessem ser auditadas, caso os deputados mantenham a rejeição da proposta. Hoje, cem urnas são escolhidas para serem analisadas após o fechamento da sessões eleitorais.
Lira foi questionado sobre a expressão “sinal amarelo” em seu discurso na sexta-feira ao anunciar a decisão de levar para o Plenário o texto do voto impresso. “O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento”, afirmou o presidente na sexta em relação ao respeito à independência e à harmonia entre os Poderes. É a segunda vez que o presidente utiliza a expressão. A primeira foi em março ao chamar atenção sobre as responsabilidades dos gestores no combate à pandemia.