Capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), um manifesto a ser divulgado amanhã e assinado por 200 entidades empresariais pela harmonia entre os Poderes e o respeito à democracia. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, confirmou a participação da entidade. “A democracia é o melhor sistema que temos, permitindo ajustes e negociações. Precisamos de harmonia entre os Poderes, liberdade para trabalhar e segurança jurídica no País”, disse.
O presidente-executivo da Adial, Edwal Portilho, disse ao jornal O Popular que é preciso mudar a pauta dos debates no Brasil. “No momento em que a gente teria de estar debatendo ações para a retomada econômica e de investimentos, estamos diante de uma discussão improdutiva. O País continua se desindustrializando e agora retomando as taxas de juros que comprometem investimentos. Temos de mudar essa pauta que não produz nada.”
Reação
A mobilização de entidades empresariais provocou reação do Banco do Brasil e da Caixa, bancos do governo federal. Com o aval do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, as duas instituições ameaçam se desligar da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que participa do manifesto, e devem fazer o mesmo em relação à Ambima, que reúne também corretoras de valores. Embora não mencione o presidente, o entendimento do governo é de que o manifesto é uma crítica ao discurso de Bolsonaro — motivo pelo qual a Federação das Indústrias do Rio (Firjan) ficou de fora.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara deve convocar Guedes e os presidentes dos dois bancos estatais para explicarem o rompimento com as entidades. “Eles estão politizando tudo no Brasil. Existe um Brasil real e existe um Brasil do Paulo Guedes”, disse o presidente da comissão, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).