A CPI da Pandemia aprovou ontem (15/9) a convocação de Ana Cristina Valle, segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan. Os senadores querem que ela explique sua ligação com Marconny Albernaz de Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos, intermediária da compra suspeita de vacinas indianas pelo Brasil. Na justificativa da convocação os integrantes da CPI dizem que mensagens gravadas indicam tráfico de influência feito por Ana Cristina a pedido de Faria junto à Secretaria Geral da Presidência.
Ana Cristina trabalha hoje no gabinete da deputada federal Celina Leão (PP-DF) e vive com o filho numa mansão em Brasília. Seu nome veio a público recentemente quando seu ex-empregado Marcelo Luiz Nogueira dos Santos a acusou de comandar ao longo de anos o esquema de rachadinhas nos gabinetes dos enteados Flávio e Carlos Bolsonaro na Alerj e na Câmara do Rio, respectivamente. Ana Cristina teria perdido o controle do esquema após Jair Bolsonaro descobrir que ela teve um caso extraconjungal.
Lobista
Pivô da convocação de Ana Cristina, Marconny Albernaz de Faria prestou depoimento ontem às CPI. Ele negou que atuasse como lobista, mas admitiu que foi procurado pela Precisa. Em dado momento, os senadores apresentaram uma mensagem na qual Faria se referia a um “senador que desataria o nó” no Ministério da Saúde e perguntaram quem era o parlamentar. Ele saiu pela tangente, dizendo não conhecer qualquer senador, para irritação geral.