A antecipação em mais de um ano da eleição da mesa diretora na Câmara de Goiânia, que assegurou o vereador Romário Policarpo (Patriota) na presidência durante o biênio 2023/2024, despertou atenção de outras câmaras municiais e vereadores já articulam adotar o mesmo mecanismo. Em Anápolis, o atual presidente do Legislativo, Leandro Ribeiro (PP), partiu para o ataque contra articulação de colegas. Em entrevista à Radio Manchester, ele disse que a reeleição antecipada da Mesa Diretora em Goiânia foi “moeda de troca” para a Prefeitura conseguir aprovar o novo Código Tributário Municipal, que prevê reajustes no IPTU, e que repetir essa manobra traria desgastes ao parlamento anapolino.
“Na minha opinião, essa antecipação de uma eleição cuja a próxima Mesa Diretora irá assumir dois anos após a eleição traz um desgaste a essa Casa de Leis”, afirmou Leandro Ribeiro. “Eu acho que isso fere o nosso regimento, fere os princípios do Legislativo e atrapalha a função do vereador, que é fiscalizar e legislar pela cidade”, avaliou. Ele disse que vai convocar uma reunião dos vereadores para demover a ideia do grupo que articula a antecipação.
Segundo o colunista Venceslau Pimentel, do Hoje, a ideia de antecipar a eleição da mesa diretora também está tomando corpo na Câmara de Aparecida de Goiânia. Com a possível renúncia do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) do cargo para disputar a eleição a governador, o cenário no próximo ano tende a ficar instável no Legislativo e seria vantagem para o atual grupo que comanda a Casa já assegurar a permanência até 2024. E Aparecida guarda outra semelhança com Goiânia: caso o vice-prefeito Vilmarzinho (MDB) assuma no lugar de Mendanha, o presidente da Câmara passa a ser o substituo imediato do prefeito, em caso de vacância do cargo. É mais poder para o presidente do Legislativo.