O senador Vanderlan Cardoso (PSD) recebeu nesta semana no seu gabinete em Brasília o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido). Oficialmente, trataram de uma visita ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), que recebeu R$ 6 milhões em emendas do senador. É claro, que a longa conversa não ficou apenas em questões administrativas. Pré-candidato a governador em 2022, Gustavo tem conversado com lideranças políticas que hoje estão na base de Ronaldo Caiado (DEM), mas que sinalizam insatisfação depois da aliança com o MDB e, principalmente, com a confirmação antecipada da chapa Caiado-Daniel Vilela para 2022.
Embora já tinha declarado apoio à reeleição de Caiado no ano passado e tem articulado para emplacar Henrique Meirelles (PSD) na chapa governista do próximo ano, Vanderlan agora defende que o seu partido não tenha mais tanta pressa para definir de qual lado estará nas eleições de 2022. “Defendo que o PSD espere o desenrolar dessa aliança antecipada que foi feita com o MDB. É preciso aguardar qual desfecho terá essa aliança DEM-MDB, se ela vai se consolidar mesmo”, disse para o jornal O Popular.
O que mudou? Primeiro, segundo políticos próximos do governador, Caiado anunciou Daniel Vilela como candidato a governador na sua próxima chapa sem consultar nenhum aliado. Mais: anunciou o jovem emedebista como seu futuro sucessor. Portanto, antecipou também quem ele deve apoiar para governador na eleição de 2026. E na política, a expectativa de poder é algo que tem muito valor.
Vanderlan não esconde que tem projeto de ser candidato a governador de Goiás. Já tentou duas vezes (2010 e 2014) sem êxito. Uma candidatura a prefeito de Goiânia, que tentou no ano passado com apoio de Caiado, é apenas um trampolim para o Palácio das Esmeraldas. Agora, para 2026, o senador tem um concorrente de peso na base caiadista: Daniel Vilela, já anunciado por Caiado como seu sucessor (claro, se a chapa dos dois ganhar em 2022). É por isso que Vanderlan prefere agora esperar de a aliança DEM/MDB vai se consolidar mesmo.