As principais lideranças dos caminhoneiros estão convictas de que a categoria promoverá uma nova paralisação nacional a partir da próxima semana. Mais: que será maior que a de 2018, quando a economia brasileira praticamente parou com os caminhões encostados nas margens das rodovias do País. O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, afirmou que a categoria de caminhoneiros está mais organizada para a greve marcada para 1º de novembro do que estava em 2018. Ele liderou a greve dos caminhoneiros naquele ano, que paralisou o país por 10 dias.
Wallace Landim faz críticas ao governo de Jair Bolsonaro e disse não notar, até o momento, medidas concretas. “Ficamos muito tristes, porque a gente vem há mais de 3 anos conversando com o governo, com várias reuniões, e até agora nada saiu do papel”, disse em entrevista ao portal Poder360. O líder dos caminhoneiros criticou ainda a criação do auxílio para os caminhoneiros, anunciado pelo presidente Bolsonaro.
“Quando recebemos essa notícia do auxílio combustível dos R$ 400, achamos que foi como se fosse uma piada. Acho que o presidente não está sendo bem assessorado ou não conhece o sistema de transporte. Estamos falando de um transportador autônomo que tem um faturamento de R$ 28 mil a R$ 30 mil dependendo do segmento, da quantidade de eixo, da capacidade de carga. A gente realmente não tem necessidade. A categoria achou que a gente não precisa de esmola. E realmente a gente não precisa. A gente precisa de dignidade”, disse.
Resposta do governo
O Ministério da Infraestrutura afirmou que desde janeiro de 2019 a pasta tem “dialogado com a categoria por meio de uma séria de reuniões com entidades setoriais específicas, tal qual é a natureza do transporte rodoviário autônomo de cargas. Ao mesmo tempo, durante esse tempo foram deflagradas 15 tentativas de paralisação e a postura do Minfra segue a mesma: não dialogar com quem ameaça paralisar o Brasil”.
Entre as demandas dos caminhoneiros, estão o estabelecimento e cumprimento de um frete mínimo, redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras.