A venda da folha de pagamento dos servidores, como a que a Prefeitura de Goiânia tenta efetivar, não é mais um negócio tão atrativo para os grandes bancos, afirma o ex-secretário municipal de Finanças Jeovalter Corrêa. O motivo, segundo o especialista, é a portabilidade, que não atrela os servidores aos serviços prestados pela instituição vencedora. Esta realidade motivou o Paço Municipal a direcionar na licitação da folha 30% do patrimônio líquido do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Goiânia (GoiâniaPrev) para aplicações financeiras no banco que vencer a licitação.
“Avisei com antecedência que o negócio de venda da folha havia perdido competitividade nos bancos de primeira linha desde o advento da portabilidade, isso explica a mudança do objeto com a inclusão de 30% dos investimentos do GoiâniaPrev para a empresa vencedora”, afirmou Jeovalter no Twitter. Sinal disto é que a Prefeitura previa, inicialmente, arrecadar até R$ 250 milhões com a licitação, mas hoje a expectativa está bem menor. O lance mínimo estipulado pela administração é de R$ 165 milhões.
A Prefeitura de Goiânia considera como patrimônio líquido do instituto os R$ 838,5 milhões que o GoiâniaPrev possui, hoje, em investimentos em instituições financeiras. Ou seja, a instituição que vencer a licitação terá cerca de R$ 250 milhões em aplicações financeiras para gerir.