A vacinação contra a Covid-19 tem experimentado significativa redução em Goiás, depois de ter chegado ao pico em agosto deste ano. A imunização da população começou em janeiro deste ano, quando foram aplicadas apenas 95,8 mil doses para grupos específicos, como idosos acima de 80 anos de idade e profissionais de saúde. Ainda havia poucas vacinas disponíveis. Mas em março já foram vacinadas 422,9 mil pessoas com a primeira dose e 89 mil com a segunda ou dose única. E com a oferta maior de vacinas, a imunização disparou em Goiás.
Em agosto passado, 1,122 milhão de goianos foram vacinados com a primeira dose e 657,1 mil com a segunda ou dose única. Foi o melhor mês para a imunização da população goiana: 1,790 milhão de pessoas receberam a vacina no braço. Depois disso, despencou. Em outubro foram vacinados 677,5 mil goianos com a segunda dose, 247,2 mil com a primeira e 217,3 mil com a de reforço. Total: 1,142 milhão de pessoas, redução de 36% e voltando ao patamar de agosto deste ano. Em novembro vai se atingir pouco mais da metade disto. Até ontem (23/11) foram aplicadas o total de 676,6 mil vacinas no Estado.
Há alguns motivos para justificar essa redução de vacinas aplicadas em Goiás. Primeiro, o mais óbvio, é que quanto maior parcela da população é imunizada, menor é a quantidade necessária de vacinas. Já foram aplicadas 9,520 milhões de doses na população do Estado (de 7,2 milhões de habitantes). Da primeira dose, foram aplicadas em 5,1 milhões de pessoas, o que equivale a 73,8% da população geral e 87,7% da população com mais de 12 anos de idade. Da segunda ou dose única, foram aplicadas em 3,9 milhões de goianos, equivalente a 56,2% da população geral e 66,7% da acima de 12 anos. A dose de reforço foi aplicada até ontem em 375,2 mil pessoas no Estado.
Ou seja: se considerarmos apenas a população acima de 12 anos de idade, maior foco da imunização até este momento da pandemia, quase 70% dos goianos já receberam a vacinação completa (dose única ou duas doses). Isto reduziu significativamente o número de mortes e de internações hospitalares. A taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 em Goiás está hoje na casa dos 25%, o menor patamar deste ano.
Com a redução de mortes, a população relaxou e muitos deixaram de concluir a vacinação. O governo de Goiás estima que cerca de 900 mil pessoas ainda não voltaram para tomar a segunda dose no Estado. Mas, as autoridades públicas (prefeituras e governo estadual) também flexibilizaram as medidas de isolamento social e as restrições econômicas, que hoje praticamente não existem mais no Estado, exceto o uso obrigatório de máscara protetora. Até as campanhas de conscientização ficaram mais raras. Isso também contribui para a sensação de que a guerra contra a Covid-19 está vencida.
O problema é que o mundo está preocupado com a possibilidade de uma quarta onda da Covid-19, que já começou na Europa. No Brasil, Goiás é o Estado com maior taxa de incidência de novos casos, segundo o Ministério da Saúde. Em apenas uma semana deste mês foram mais de 10 mil pessoas infectadas. Faltam testes em massa. O governo estadual informa ter realizado, durante a pandemia, 1,5 milhão de testes. Detalhe: destes, 50,1% deram positivos para a doença.
Não custa lembrar: desde o início da pandemia, cerca de 24,5 mil pessoas já perderam a vida para a Covid-19 em Goiás. Ainda não é hora de relaxar.
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