Como era esperado, a filiação do presidente Jair Bolsonaro e de seu grupo mais leal ao PL ampliou os ruídos no partido em Goiás. A sigla já havia definido apoio ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), na corrida pelo governo do Estado, mas agora a deputada federal Magda Mofatto, que detém o comando da sigla no Estado, faz uma ressalva: a aliança fica mais fácil se Mendanha declarar apoio a Bolsonaro, algo que o ex-emedebista tem evitado fazer.
“O PL é bolsonarista e se ele (Mendanha) não quiser fazer campanha para Bolsonaro, é uma situação que nós ainda temos que discutir. Por isso é preciso que haja uma conversa prévia com o nosso presidente Valdermar da Costa Neto e o nosso presidente Jair Bolsonaro”, declarou a deputada hoje à rádio Sagres 730. “Eu sempre faço uma colocação importante, nós temos que ter lado, quem não tem fica de fora e eu acho importante essa manifestação a favor de Bolsonaro”, acrescentou.
O contexto da fala dela é no sentido de uma eventual filiação do prefeito de Aparecida ao PL. No entanto, a opção que, segundo aliados de Mendanha, seria a mais viável hoje para ele hoje é se filiar ao Podemos, que tem o ex-ministro Sergio Moro como pré-candidato a presidente. O PL sempre teve uma importância estratégica na pré-candidatura de Mendanha e o grupo de Mofatto já havia hipotecado apoio a ele, mesmo se ele fosse para outro partido, e sem cobrar apoio presidencial.
Outro ponto é que o presidente Jair Bolsonaro tem preferência pela candidatura a governador do deputado federal Vitor Hugo (PSL), que também vai para o PL, e voltou a manifestar isto ontem, durante o ato partidário que selou sua filiação. “Temos o Vitor Hugo, uma nova esperança que aparece também em Goiás”, citou Bolsonaro. Ele teria o aval do presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, para costurar essa candidatura em Goiás.
Por outro lado, Vitor Hugo não conta com apoio unânime da direita bolsonarista em Goiás, já que alguns não acreditam em sua viabilidade eleitoral e chegaram a estimulá-lo a disputar o Senado ou a reeleição. Magda Mofatto também coloca dúvidas. “A pretensão do Vitor Hugo é legítima, no entanto, ele é recém-chegado ao estado, não tem serviço prestado, é pouquíssimo conhecido e não aparece nas pesquisas. Mas se fizer um bom trabalho e estiver bem nas pesquisas, poderá até ser o escolhido. Mas o critério será intenção de votos na pesquisa”, afirmou a deputada à Sagres.