A indústria da construção civil de Goiás está enfrentando dois problemas cruciais neste início de ano: os custos elevados dos materiais como o aço, que chegou a subir de 100% até 190% em 2021, e a falta de mão de obra para os canteiros de obras. Levantamento do Sinduscon-GO aponta 1 mil vagas de trabalho em aberto e a previsão de abertura de outras 5 mil oportunidades de emprego até junho. Existem vagas em aberto para pedreiros, serventes, montadores, soldadores, pintores, azulejistas, armadores, motoristas de caminhão e operadores de equipamentos.
Segundo o presidente do Sinduscon-GO, Cezar Mortari, a mão de obra, seja qualificada ou não, é o item mais em falta no mercado atualmente. “Não estamos conseguindo preencher as vagas de trabalho nem mesmo com os trabalhadores entrantes, ou seja, aqueles que não tem experiência na área. Contudo, as empresas estão dispostas, com o apoio do Senai, a fazer o treinamento profissional”, frisou.
Os empresários da construção civil estão questionando onde foram parar os profissionais da área ou mesmo as pessoas que buscam uma oportunidade de emprego. “Fazemos anúncios de contratações e não aparecem interessados”, lamenta Mortari. Ele chega a acreditar que está havendo uma falha no elo de comunicação entre empregador e trabalhador e que, a partir de agora, as entidades de classe do setor, junto com as empresas, vão desenvolver ações para atrair trabalhadores.
Custos
Além da falta da mão de obra, o setor reclama da disparada dos preços. No ano passado, o Custo Básico da Construção (CUB) o custo médio do metro quadrado construído subiu 14,32% na comparação com 2020, chegando ao valor de R$ 2.063,13. Este percentual é quase o dobro do registrado em 2020 (8,23%) quando o custo médio chegou a R$ 1.804,63.
O aço foi o vilão da inflação para o setor, registrando alta de 100% a 190%, dependendo do tipo. O alumínio aumentou 80%; o cobre, 90%; e o cimento, 35%. Os equipamentos, como elevadores, também dobraram de preço. Mas, todos os itens pesquisados pelo Sindicato tiveram reajustes, sendo os menores entre 10% e 20% para a areia, brita e tijolo.
Na pandemia, afirma Cezar Mortari, três fatores pressionaram a alta dos preços dos materiais de construção: a escassez de produtos por falta de matéria-prima nas indústrias, a demanda crescente por parte das construtoras e mesmo dos construtores individuais de obras imobiliárias e também o oportunismo de algumas empresas, que aproveitaram a ocasião e puxaram os preços para cima, numa especulação.