Com os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço do barril de petróleo dos Estados Unidos disparou ontem (1/30, fechando acima de US$ 100 pela primeira vez desde julho de 2014. O petróleo subiu 8%, cotado a US$ 103,41 por barril, marcando o maior ganho diário do mercado de petróleo desde novembro de 2020.
Enquanto isso, os 31 Estados-membros do Conselho da Agência Internacional de Energia (AIE) decidiram liberar mais de 60 milhões de barris de petróleo de suas reservas emergenciais ao mercado para evitar déficit de suprimento por conta da guerra no leste europeu. O volume corresponde a cerca de 4% de toda reserva dos países que compõem o grupo (1,5 bilhão de barris).
Em viagem aos EUA para encontros com investidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse estar preocupado com a pressão inflacionária mundial dos alimentos devido à guerra, citando as exportações de grãos e fertilizantes da Rússia e Ucrânia. Segundo Guedes, as exportações desses dois países podem ser prejudicadas pelas ruínas causadas pela guerra, pelo bloqueio de portos e sanções ao sistema financeiro russo.
“Estamos preocupados com a inflação mundial. É muito mais o impacto na economia global, porque estamos começando a nos recuperar da pandemia. Então, não é nada bom para o mundo”, afirmou em entrevista à TV Bloomberg.
Retaliações
As sanções econômicas sentidas pela Rússia após invadir a Ucrânia não estão sendo aplicadas apenas por países e organizações. O setor privado também começou uma série de retaliações contra o país. Empresas como Shell e BP abandonaram negócios bilionários na Rússia, enquanto a Volvo, Apple e gigantes dos transportes, como MSC e Maersk, suspenderam remessas. Já as empresas de cartões de pagamento Visa e Mastercard bloquearam diversas instituições financeiras russas de sua rede.
Ontem, a empresa mais valiosa do mundo, Apple, se juntou a outras multinacionais e suspendeu a venda de seus produtos na Rússia. O setor de entretenimento também se mobilizou para retaliar o governo de Vladimir Putin. Na segunda-feira, Disney, Warner e Sony anunciaram que não vão exibir seus próximos lançamentos em cinemas até que Putin ponha um fim aos ataques contra a Ucrânia.