A alta nos custos da energia não vai impactar apenas as contas de luz, mas também aumentará os preços dos veículos. Segundo a associação das montadoras Anfavea, a crise hídrica vem num momento em que o setor já enfrenta barreiras como a escassez de peças. As fabricantes ainda irão calcular o impacto do aumento da energia nos custos de produção, mas são aguardados repasses para os preços dos veículos.
Para o presidente da Stellantis na América Latina é preocupante também o movimento inflacionário, em especial das commodities usadas pelo setor (aço, resinas, alumínio), que tem ajudado a puxar a constante alta dos preços dos automóveis. “Não é possível repassar toda a inflação de custos para o consumidor. Mas, assim como as commodities estarão inflacionadas, o mercado dos carros será inflacionado. Isso já é visível e continuará pois também tem a inflação do câmbio”, disse Antonio Filosa ao jornal Estado de S.Paulo.
Aliás…
A inflação brasileira é que a mais avança entre os países do G20. A inflação anualizada era de 1,9% em maio de 2020. No mês passado, um ano depois, foi de 8,1% (alta de 6,2 p.p.). Enquanto a Argentina lidera o ranking com inflação anualizada de 48,8% (até maio) e a Turquia aparece em seguida, com 16,6%. Os três países já aumentaram a taxa de juros para controlar a alta dos preços. Entre o G20, só quatro nações não registraram aceleração nas taxas, com a recuperação econômica puxada principalmente pela vacinação.