Desde o início deste ano o governo já liberou R$ 24,5 bilhões em emendas parlamentares, mais da metade dos R$ 46,2 bilhões previstos. Mas o Congresso acha pouco e cobra especialmente as chamadas emendas extras, de análise mais complexa e que exigem aval dos ministros.
Centrão, que negocia a entrada no governo, quer mais celeridade nessa verba, vista como uma compensação pelo fim determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das emendas do relator, o chamado “orçamento secreto”. A insatisfação com o ritmo de liberação das emendas extras se soma à demora do presidente Lula (PT) em concluir a reforma ministerial.
Minirreforma no governo
Após uma semana na África, Lula volta ao Brasil para finalizar a minirreforma, ampliando o espaço do Centrão em troca de apoio no Congresso. Dois nomes estão certos: André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Já as pastas, não, apesar de as negociações terem começado há três meses.
Costa Filho deve ficar com Portos e Aeroportos, substituindo Márcio França, que ocupará outra função. Já o ministério de Fufuca, líder do PP na Câmara e aliado do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ainda não está fechado. O Centrão quer uma pasta relevante – Saúde, Desenvolvimento Social ou Agricultura.
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Assessores de Lula já o enxergam como ocupante de um mandato-tampão. Fufuca daria lugar ao próprio Lira ou ao indicado por seu sucessor na presidência da Câmara, em 2025. Como parte das mudanças, a servidora de carreira Rita Serrano deve passar a presidência da Caixa para a ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI), uma das principais aliadas de Arthur Lira.