Gente na cúpula do PT teve de se mexer, nos últimos dias, para desfazer um mal-estar com o candidato a vice do petista Lula, Geraldo Alckmin (sem partido). O ex-governador de São Paulo procurou nos últimos dias o deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade. Buscava informações sobre a revisão da reforma trabalhista na Espanha, que foi elogiada pelo petista.
Segundo Paulinho, entidades patronais preocupadas com a possibilidade de um futuro governo do PT rever trechos ou toda a reforma trabalhista aprovada por Michel Temer em 2017, recorreram a Alckmin. O ex-governador teria concordado com o presidente do Solidariedade que a reforma brasileira precisa de ajustes pontuais. Mas a conversa entre os dois foi percebida como uma sinalização de atrito importante.
Após o encontro entre Paulinho e Alckmin ser divulgado, petistas que defendem o nome do ex-tucano como vice fizeram chegar até ele informações para “desfazer o mal-estar”. A interpretação acertada entre as partes foi de que Lula defende um diálogo entre sindicatos, empresários e governo em busca de entendimentos. Hoje (11/01), o ex-presidente se reúne com sindicalistas, economistas e representantes do governo da Espanha em São Paulo para discutir as mudanças que estão sendo feitas na legislação espanhola.
Correndo por fora, petistas contrários à aliança com Alckmin iniciaram um abaixo-assinado na internet. Eles dizem que o ex-governador “tem uma longa trajetória de combate às posições nacionais, democráticas, populares e desenvolvimentistas”. Até agora, 547 pessoas já assinaram, incluindo os ex-presidentes do PT Rui Falcão e José Genoíno.