Atualização (19/1): a Americanas entrou com pedido de recuperação judicial, aceito pela Justiça. Na petição apresentada ao TJRJ, o grupo calcula que as inconsistências contábeis devem elevar as dívidas para um montante em torno de R$ 40 bilhões. Na semana passada divulgou rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões. O valor ainda pode mudar, a depender da avaliação do juiz sobre o pedido e da negociação com os credores.
A direção da empresa também convidou Camille Faria, a CFO da TIM Brasil, para assumir o mesmo cargo na varejista. Ela foi a maestrina da renegociação de um dos mais complexos planos de recuperação judicial da história corporativa brasileira. A Oi originalmente tinha dívidas de cerca de R$ 60 bi.
Já o ex-presidente Sérgio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo, afirmou, em post no LinkedIn, que só soube do rombo de 20 bilhões ao conversar com executivos da Americanas após tomar posse.
Reação
A Comissão de Valores Mobiliários respondeu ao pedido de fiscalização do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Disse que criou uma força-tarefa e tem o apoio da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para investigar a empresa.
E a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou a Americanas para prestar os seguintes esclarecimentos: quais os impactos imediatos sobre os consumidores; quais os impactos a médio e longo prazo; e quais as políticas e canais de solução de eventuais conflitos para os consumidores.