O governo federal já arrecadou neste ano (janeiro a novembro) mais de R$ 2 trilhões. É o maior valor nos últimos 22 anos e um aumento de 8,8% em relação ao arrecadado no mesmo período de 2021. Somente em novembro, as receitas da União com impostos somaram R$ 172 bilhões, o maior montante desde 2013. Já as receitas administradas somaram R$ 165,6 bilhões.
O aumento pode ser explicado, principalmente, pelo crescimento de recolhimentos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas. Segundo a Receita, eles são importantes indicadores da atividade econômica, sobretudo, do setor produtivo.
A arrecadação do IRPJ e da CSLL somou R$ 30,79 bilhões em novembro, com crescimento real de 15,1% sobre o mesmo mês de 2021. O resultado é explicado pelo acréscimo real de 19,2% na arrecadação da estimativa mensal de empresas. A Receita observa ainda que houve pagamentos atípicos de IRPJ e CSLL, de aproximadamente R$ 2 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities, associadas à mineração e extração e refino de combustíveis.
No acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL somaram R$ 460,3 bilhões, com crescimento real de 19,1%.
Desonerações
As receitas extraordinárias compensaram as desonerações tributárias. Apenas em novembro, a redução de alíquotas do PIS/Confins sobre combustíveis resultou em uma desoneração de R$ 3,75 bilhões. No ano, chega a R$ 22,1 bilhões. Já a redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) custou R$ 1,9 bilhão no mês passado e R$ 15,3 bilhões no acumulado de janeiro a novembro.
Outro destaque da arrecadação de novembro foi a Receita Previdenciária, que alcançou R$ 45,81 bilhões, com acréscimo real de 3,87%, em razão do aumento real (descontada a inflação) de 12,9% da massa salarial. No acumulado do ano, o resultado chega a R$ 488,2 bilhões, alta real de 5,98%.
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 7 bilhões no mês passado, com acréscimo real de 59,8%. No acumulado do ano o valor chega a R$ 76,8 bilhões, alta real de 62%. Os resultados podem ser explicados em razão da alta da taxa Selic (juros básicos da economia), que influenciou o recolhimento dos rendimentos dos fundos e títulos de renda fixa.