O assessor especial do prefeito de Goianésia, Leonardo Menezes (PSDB), foi preso nesta quarta-feira (29/11) depois de xingar e ameaçar de morte o deputado estadual Renato de Castro (UB) e seus auxiliares de gabinete. Segundo o Boletim de Ocorrência, Jamil El Osni teria invadido o escritório político do deputado no município e ameaçado matar o parlamentar, seus familiares e os funcionários que estavam presentes na ocasião. Tudo gravado por celular.
Muito alterado, Jamil El Osni acusou Renato de Castro de envolvimento em um suposto plano para incriminar o seu filho. “Um áudio de WhatsApp teria revelado o esquema desenhado para colocar drogas dentro do veículo que pertence ao filho de Jamil. O fato teria ocorrido durante a disputa eleitoral de 2016, mas que não se efetivou”, informa o BO.
“Não meche com filho meu não, senão vou desgraçar muitas vidas em Goianésia. Eu vou às últimas consequências com esse bando de vagabundo, de covardes, uns caras que recebem dinheiro para ficar denegrindo a imagem dos outros. A partir de agora é o seguinte, eles compraram uma briga pessoal comigo”, teria dito o assessor do prefeito num áudio em grupo de mensagem.
Repercussão
Nesta quinta-feira (30/11), o deputado Renato de Castro repudiou os ataques realizados em seu escritório político. “Subo à tribuna estarrecido, mas encorajado. Em Goianésia, sempre existiu um grande diálogo político de forma respeitosa. Infelizmente, ontem, esse histórico foi quebrado”, afirmou.
Segundo ele, ferramentas digitais foram usadas para espalhar notícias falsas. “Minha índole não permite que eu faça nada daquilo que fui acusado. Enquanto a discussão estava apenas no campo das denúncias infundadas, eu ignorava. Mas não posso aceitar o que aconteceu. Não irei aceitar ameaças de morte”, enfatizou.
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) também divulgou uma nota de repúdio, classificando a atitude do assessor do prefeito como ato “repugnante, covarde e inadmissível”, que “representa uma escalada preocupante da violência política em nossa sociedade”. Presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB) afirmou que designou equipe da Polícia Militar da Alego para acompanhar o deputado Renato de Castro.
Bolsonarista
Empresário do agronegócio, Jamil El Hosni já se envolveu em polêmicas no ano passado ao ser acusado de liderar bloqueios de estradas e de manifestações em Goiás contra o presidente Lula (PT) e a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia. Em áudios, ela a xingou.
“Essa bruxa de Blair é uma bandida, cunhada do Jalles Fontoura, petista. Isso é uma bandida de mão cheia, bandida, bandida”, teria dito em áudios de grupos de mensagem.
Ele também foi apontado como líder dos atos antidemocráticos protagonizados por eleitores de Jair Bolsonaro em Goiás após o resultado da eleição presidencial em 2022.