A revista americana Time trouxe ontem (4/5) como matéria de capa uma longa entrevista do ex-presidente Lula (PT). No ponto mais polêmico, ele afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, era tão culpado pela guerra quando o russo Vladimir Putin.
“Esse presidente da Ucrânia poderia ter dito: ‘Olha, vamos deixar para discutir esse negócio da OTAN e esse negócio da Europa mais para frente. Vamos primeiro conversar um pouco mais’”, afirmou o ex-presidente.
A fala repercutiu mal até entre aliados do petista. Para eles, Lula erra ao nivelar o ucraniano a Putin no momento que pipocam imagens e descrições de violência contra a população da Ucrânia. Segundo esses aliados, Lula tenta agradar o eleitor de esquerda, que não vai abandoná-lo, arriscando-se a perder o de centro, sem o qual não se vence a eleição.
Aconselhado por assessores, Lula se recolheu para evitar gafes de improviso, como a de que o presidente Jair Bolsonaro “não gosta de gente, só de polícia”. O núcleo da campanha petista está redigindo um discurso que o ex-presidente fará no sábado ao lançar sua pré-candidatura.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, avalia que, passado o lançamento, será possível oficializar a coordenação de campanha e azeitar a comunicação.
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