O rendimento médio por pessoa do domicílio goiano era R$ 1.270 em 2021, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (2/12) pelo IBGE. Entretanto, a mediana revela um valor ainda menor, R$ 883. Isso significa que metade da população do Estado apresenta rendimento domiciliar per capita de até R$ 883.
A classe social dos 10% com menores rendimentos em Goiás recebeu 1,4% do total de rendimento domiciliar per capita em 2021. Enquanto a classe dos 10% com maiores rendimentos recebeu 36,3%.
O percentual do total de rendimento domiciliar per capita dos 20% mais ricos, em 2021, foi de 52,2%. Ou seja: 20% da população concentra 52,2% do rendimento per capita de todo o estado. Essa concentração de renda se agravou em 2021, quando houve queda de rendimento nas famílias mais pobres, mais atingidas pela inflação.
A renda per capita média dos 40% goianos com menores rendimentos foi de R$ 427, enquanto a dos 10% com maiores rendimentos foi de R$ 4.597. No Brasil, esses valores foram R$ 339 e R$ 5.772, respectivamente.
Índice de Palma
Se os 10% com maiores rendimentos concentram 36,3% do rendimento domiciliar em Goiás, os 40% com menores rendimentos concentram apenas 13,5%. Assim, o índice de Palma em Goiás é de 2,70. Ou seja: os 10% mais ricos ganham 2,7 vezes mais que os 40% mais pobres. Em 2020, esse índice havia sido 2,39, evidenciando maior concentração de renda em 2021.
No Brasil, esse índice é maior, 4,26. Assim, Goiás sai de terceiro para o quinto estado com a menor concentração de renda do País.
Portanto, em 2021, 3,5% da população goiana tinha rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,9 por dia. Em síntese: 252,2 mil pessoas estavam abaixo da linha da extrema pobreza. Sem os benefícios de programas sociais governamentais, seria ainda pior: 5,8% das pessoas estariam nessa faixa de rendimento.
Em suma: em Goiás, haveria 418,2 mil pessoas na extrema pobreza e 1,6 milhão de pessoas (22,3% do total) na linha da pobreza. Num cenário sem os benefícios de programas sociais, este cenário seria ainda pior. O Estado teria 1,8 milhão de pessoas (25,1% da sua população) na linha da pobreza.