“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas.” A afirmação feita anteontem pelo ministro Luís Roberto Barroso (STF), durante congresso da União Nacional dos Estudantes, gerou muita polêmica. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falaram em pedir o impeachment do magistrado.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu várias ligações com reclamações. Ele classificou a afirmação de “inadequada e inoportuna”, criticou a presença de Barroso no evento e disse que a declaração pode motivar pedidos de suspeição em julgamentos de Bolsonaro ou pessoas de seu grupo político.
“Espero que haja por parte do ministro Luís Roberto Barroso uma reflexão em relação a isso, eventualmente uma retratação no alto de sua cadeira de ministro do STF e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte [em outubro]”, disse.
O recado foi entendido. Após a repercussão, Barroso afirmou em nota que se referia “ao extremismo golpista”. “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas.” Ele também ligou para Pacheco e reconheceu que sua fala foi “equivocada”, cometendo um “ato falho”.
Leia também: Senado aprova e Zanin será ministro do STF